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27/12 – São João, Apóstolo e Evangelista

São João evangelista, o apóstolo virgem, é sem dúvida um dos maiores santos da Igreja, merecendo o título de “discípulo que Jesus amava”. Junto à Cruz, recebeu do Redentor Nossa Senhora como Mãe, e com Ela — como Fonte da Sabedoria — a segurança doutrinária que lhe mereceu dos Padres da Igreja o título de Teólogo por excelência.

Diz São Jerónimo: “João, que era virgem, ao crer em Cristo, permaneceu sempre virgem. Por isso, foi o discípulo amado e reclinou a sua cabeça sobre o coração de Jesus. Em breves palavras, para mostrar o privilégio de João, ou melhor, o privilégio da virgindade nele, basta dizer que o Senhor virgem pôs sua Mãe virgem nas mãos do discípulo virgem.

Sabemos pelos evangelhos que São João era filho de Zebedeu e de Maria Salomé. Com seu irmão Tiago, auxiliava o pai na pesca no lago de Genezaré, e eram discípulos de São João Baptista, o Precursor. Deste haviam recebido o baptismo, zelosos que eram, preparando-se para a vinda do Messias prometido. São João, com Santo André, foi o primeiro discípulo a encontrar-se com Nosso Senhor (Jo 1, 35-39), e dos primeiros a segui-Lo (Mc 1, 16-20).

A partir de então, os dois irmãos passaram a acompanhar o Messias na sua missão pública. Logo se lhes juntaram outros, que perfariam o número de doze, completando assim o Colégio Apostólico.

Com Pedro e Tiago, João tornou-se um dos “escolhidos dentre os escolhidos”. E, como tal, participou de alguns dos mais notáveis episódios da vida do Salvador, como a ressurreição da filha de Jairo, a transfiguração no Tabor, e a agonia no Horto das Oliveiras.

Pela sua pureza de vida, inocência e virgindade, João tornou-se logo o discípulo amado; e foi-o de um modo tão notório, que sempre se identificará no seu evangelho como “o discípulo que Jesus amava”.

Uma das maiores provas de afeição de Nosso Senhor a São João deu-se na Última Ceia. Quis o Divino Mestre ter à sua direita o apóstolo virgem, permitindo-lhe a familiaridade de se recostar sobre o seu coração. Diz Santo Agostinho que nesse momento, estando tão próximo da fonte da luz, absorveu dela os mais altos segredos e mistérios, que depois derramaria sobre a Igreja. A pedido de Pedro, perguntou a Jesus quem seria o traidor, e obteve a resposta.

Nos Actos dos Apóstolos, aparece sempre com São Pedro. Depois, as Escrituras calam-se a respeito de São João, mas resta a tradição, segundo a qual permaneceu com Maria Santíssima durante o que restou da vida mortal da Mãe de Deus, dedicando-se também à pregação. Sofreu então o martírio, que é comemorado no dia 6 de Maio: o Imperador Domiciano mandou-o prender e levar para Roma; na Cidade Eterna, foi flagelado e colocado num caldeirão de azeite a ferver, do qual, contudo, saiu rejuvenescido e sem sofrer dano algum. Após a morte de Domiciano, o apóstolo voltou para Éfeso.

Para além do quarto evangelho e do Apocalipse, São João escreveu também três epístolas, sempre visando estabelecer a verdadeira doutrina contra os erros incipientes que se infiltravam na Igreja.

Segundo a tradição, o discípulo que Jesus amava morreu de morte natural, quase centenário, em Éfeso, provavelmente em 27 de Dezembro do ano 101 ou 102.


Foto: Museu Nacional de Arte Antiga [Public domain]

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