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15/12 – Santa Cristiana, Virgem

O Martirológio Romano comemora hoje, entre outros santos, Santa Cristiana, virgem, com estas palavras: “Na Geórgia, para lá do Mar Negro, Santa Cristiana, escrava que, pela eficácia dos seus milagres, converteu aqueles povos à fé cristã no tempo de Constantino Magno.”

Pouco se sabe da vida desta santa, a não ser que os georgianos a consideram um instrumento da Providência para a sua conversão. Cristiana viveu em meados do século iv, pois o Martirológio diz que foi no tempo de Constantino Magno, que, em 313, pelo Édito de Milão, abriu as portas do Império à Igreja, que até então se encontrava nas catacumbas.

Ninguém sabe como apareceu na Geórgia. Teria sido levada para lá por guerreiros vitoriosos? Ou foi à procura de asilo, em consequência das perseguições? Há quem diga que Cristiana caíra nas mãos de bárbaros, que a venderam a um georgiano como escrava.

Seja como for, esta escrava, que se chamava Nuné, segundo uns, ou Nina, segundo outros, aceitou com resignação e admirável paciência o infortúnio de viver longe dos seus, entre pagãos e como escrava, como um dom vindo das mãos de Deus. No meio de tudo isso, soube manter viva a sua fé, e viver segundo os Mandamentos. De modo que os infiéis começaram a admirar a sua humildade, modéstia e fervor, que lhe granjearam admiração e respeito. Como todos a conheciam como cristã, passaram a chamar-lhe “Cristiana”, nome com o qual passou à História.

Era costume, naquele país e naqueles primitivos tempos, quando uma criança adoencia, a mãe levá-la de porta em porta, a fim de consultar os vizinhos sobre o melhor remédio a aplicar-lhe. Certo dia, apareceu à porta de Cristiana uma mãe, que lhe apresentou o seu filho moribundo. Ao vê-lo, a santa disse: “Eu não posso fazer nada, mas Deus Todo-Poderoso pode restituir-lhe a saúde, se essa for a sua vontade.” Deitou o menino na sua cama, cobriu-o com um cilício, e começou a pedir ao Deus omnipotente a cura do doente. Segundos depois, restituiu-o à mãe, são e salvo.

A fama desse milagre espalhou-se por toda a região, e foram muitas as mães que passaram a levar a Cristiana os seus filhos doentes, para rezasse sobre eles. E muitos ficavam curados.

Ora, a fama desses milagres chegou aos ouvidos da rainha da Geórgia, que estava a morrer com uma doença desconhecida. A soberana pediu pois que lhe chamassem Cristiana, para rezar sobre ela. A cristã respondeu: “O meu lugar não é no palácio”, e não quis ir. A rainha foi então à sua casa e, depois da oração de Nina, recuperou a saúde.

Tanto a soberana quanto o rei queriam recompensar Cristiana regiamente, mas ela respondeu: “A única coisa que me faria feliz seria ver-vos abraçar a religião cristã.” E lhes fez-lhes um sumário da religião católica.

Pouco depois, no ano 325, o rei, estando em perigo durante uma caçada às feras, prometeu fazer-se cristão se escapasse são e salvo, como de facto aconteceu. Fiel à sua promessa, mandou uma embaixada a Constantino Magno, pedindo-lhe que lhe enviasse missionários. O Imperador enviou-lhe um bispo, Pedro, e alguns sacerdotes. Deus abençoou de tal maneira os esforços dos seus missionários, que praticamente todos os habitantes da capital acabaram por se baptizar, solidificando os fundamentos do cristianismo nesse país.

Aconteceu assim que uma escrava, identificada, pelo seu exemplo e pelo seu zelo como cristã, se transformou, pelos planos de Deus, em instrumento de evangelização para um povo que vivia nas trevas do paganismo. Por isso, Cristiana passou à história como a mãe da Igreja cristã da Geórgia.


Foto: DR

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