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16/12 – Santa Adelaide, Imperatriz, Viúva

Se é muito difícil praticar a virtude no auge da glória temporal, também o é no meio das maiores desolações. Conhecendo alternadamente, na sua agitada vida, momentos de glória e de desprezo, Santa Adelaide soube neles manter uma constância na virtude que faz dela não só uma grande imperatriz, mas também uma grande santa.

Filha do Rei Rodolfo II da Borgonha, e de Berta da Suábia, Adelaide nasceu no ano de 934. Apesar do fausto da corte, teve pais piedosos e hábeis educadores, que souberam inspirar-lhe o amor à virtude, à disciplina e à mortificação. Aos dezesseis anos, casou-se com Lotário, filho do Rei de Itália. Preparou-se para receber o santo sacramento do matrimônio com orações, esmolas e boas obras.

Quando tudo parecia sorrir-lhe, eis que a mão do infortúnio lhe bate pela vez primeira à porta: o marido perde o trono e a vida. O usurpador, Berengário II, de Ivrea, queria forçar Adelaide a casar-se com seu filho, para legitimar a usurpação. Ela recusou-se, e foi por isso aprisionada no castelo de Garda, às margens do lago do mesmo nome. Assim, de um momento para o outro, tendo apenas dezenove anos, a rainha perdia marido, estados, e até a filha, que lhe foi arrebatada por Berengário, para forçá-la a ceder.

Alguns meses mais tarde, com o auxílio do capelão, Adelaide conseguiu fugir, e foi refugiar-se no castelo-fortaleza de Canossa. Berengário foi-lhe ao encalço e Adelaide chamou em seu socorro o Rei da Alemanha, Otão. Este venceu o inimigo e, como era também viúvo, casou-se com a rainha destronada, o que lhe conferiu novos direitos sobre a coroa da Itália.

Alguns anos depois, Otão, tendo ido em auxílio do Romano Pontífice, recebeu a coroa do Sacro Império Romano-Alemão das mãos do Papa João XII. Otão I será o único imperador, a partir da Idade Média, a merecer da História o título de “Grande”.

A Imperatriz, depois de perder dois filhos em tenra idade, teve o que seria Otão II, e sucederia ao pai. Foi sua educadora, auxiliada pelo cunhado, São Bruno, Arcebispo de Colónia, e pelo P.e Gerbert, que se esforçaram para incutir no jovem príncipe a submissão à Igreja, como Mãe e Mestra da Verdade, e o propósito de sempre a defender, se necessário com armas. A Imperatriz levava frequentemente o filho consigo nas suas visitas aos pobres e aos doentes, para que ele se tornasse susceptível às misérias dos futuros súditos.

O falecimento do Imperador, em 993, provocou na esposa profunda dor. Santa Adelaide começou então a ter problemas com o filho, mal influenciado pela mulher com quem se casara, de maneira que se retirou para junto de seu irmão, na Borgonha. Mas Otão II faleceu inesperadamente, aos vinte e nove anos, e a santa foi chamada outra vez, para exercer a regência.

Assim foi até que o neto, Otão III, chegando à maioridade, também se mostrou ingrato com a avó, levando-a a afastar-se novamente da corte. Ela visitou então a Abadia de Cluny, onde o abade, Santo Odilão, ficou tão impressionado com as suas virtudes que viria a tornar-se seu biógrafo.

A Imperatriz Santa Adelaide faleceu junto à Abadia de Seltz, assistida pelos monges beneditinos, em 16 ou 17 de Dezembro do ano de 999, com a idade de sessenta e nove anos.


Foto : Gloria.tv

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