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20/3 – Santo Ambrósio de Siena, Confessor

Ambrósio nasceu em Siena, na Toscana, no dia 16 de Abril de 1220, de ilustre família, a primeira da cidade pelas suas riquezas e as vitórias alcançadas contra os sarracenos. Seu pai e seu avô tinham merecido, pela sua bravura, o cognome de “Bom Ataque”, pela defesa dos cristãos contra os infiéis.

Acontece que Ambrósio nasceu todo disforme, com os membros paralisados e com má aparência, o que provocou um grande choque nos pais. A mãe confiou o menino a uma ama de leite. Um dia, quando esta estava com o menino no colo em frente a sua casa, passou um peregrino, que começou a olhá-lo atentamente. A ama, para ocultar a fealdade do bebé, cobriu-lhe a face, mas o peregrino disse-lhe: “Mulher, não escondas a face desse menino, porque ele será a luz e a glória desta cidade.”

A piedosa ama costumava levar o bebé à igreja de Santa Maria Madalena, dos dominicanos, onde havia uma capela cheia de relíquias. Um dia, quando a ama saía da capela, o menino começou a chorar, e só se acalmou quando ela o levou novamente para dentro, onde ele, que tinha os braços pregados ao corpo, milagrosamente os ergueu para o céu, invocando três vezes o nome de Jesus. Também começou a esticar as pernas, antes paralíticas e deformadas, e o seu rosto, feio e sombrio, tornou-se belo e sereno. Isto ocorreu à vista dos religiosos e dos fiéis que estavam na igreja.

De regresso ao castelo paterno, o menino, tal como o Menino Jesus, crescia em graça e sabedoria diante de Deus e dos homens. Aos 7 anos já se distinguia pela sua caridade, exercida especialmente para com os peregrinos, muito numerosos naquela época, os doentes nos hospitais, e os prisioneiros.

Aos 17 anos, Ambrósio entrou para a Ordem dos Dominicanos na sua cidade natal. Foi depois mandado para Paris, para continuar os estudos teológicos e filosóficos sob a direcção de Santo Alberto Magno, e teve como condiscípulo São Tomás de Aquino. Em 1248, foi mandado, com o Doutor Angélico, para o Colégio de Colónia, onde ensinou nas escolas dominicanas.

Dado o seu zelo pela salvação das almas, em 1260, Ambrósio foi enviado, com outros irmãos de hábito, evangelizar a Hungria. De volta à sua cidade natal em 1266, esta estava sob interdito, por ter abraçado a causa do imperador Frederico II contra o Papa. Os seus conterrâneos pediram-lhe que intercedesse por eles junto da Santa Sé, o que ele fez com êxito, obtendo para a sua cidade o perdão e uma renovação dos privilégios. Mas as boas intenções sem os bons propósitos não duram, e os seus conterrâneos romperam outra vez a obediência que tinham com o Papa em favor do Imperado; e uma segunda vez Ambrósio lhes obteve o perdão. Obteve também, mais tarde, a reconciliação do Imperador Conrado, da Alemanha, com o Papa Clemente IV.

Por esse tempo, vagou a Sé Episcopal de Siena, e Ambrósio foi escolhido para seu novo bispo, mas recusou o cargo, dedicando-se a pregar a cruzada. Mais tarde, a pedido do Papa Gregório X, conseguiu que se restabelecessem os estudos no convento dominicano de Roma, que, por causa das últimas guerras, estavam praticamente suspensos. Após a morte desse Papa, retirou-se para um convento da sua Ordem, mas foi chamado pelo novo Papa, Inocêncio V, para ir como legado papal à Toscana.

A fama de Santo Ambrósio como apaziguador era sem limites. Assim, foi chamado também a restaurar a paz entre a república de Veneza e a de Génova, bem como entre a de Florença e a de Pisa.

O seu nome foi inserido no Martirológio Romano em 1577. De acordo com os seus biógrafos, Santo Ambrósio levou uma vida de perfeita humildade, apesar dos êxitos humanos que obteve. Amava a poesia, e muitos o invocam contra as tentações da carne. Além de grande apaziguador, tinha renome como pregador apostólico: evangelizou grande parte da Alemanha, de França e de Itália. A sua oratória era simples, mas convincente e eficaz; apesar disso, os seus sermões não chegaram a nós.

Santo Ambrósio foi beatificado em 1622. Apesar de não ter sido canonizado oficialmente, o Papa Eugénio IV permitiu aos sienenses que celebrassem publicamente, todos os anos, a sua festa na igreja de São Domingos, honra devida a um santo canonizado. Os Papas Gregório XIII, Sixto V, Gregório XIV e Paulo V concederam indulgências plenárias a quem visitasse o seu sepulcro no dia da sua festa.

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