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17/6 – São Rainério de Pisa, Confessor

A cidade de Pisa é famosa pela sua torre inclinada e pelas suas belas procissões. Na Idade Média, era uma das cidades mais florescentes de Itália.

Foi aí que nasceu, no século xii, um santo singular, Rainério, filho de Gandulfo Scacceri, próspero comerciante e dono de navio, e de Mingarda Buzzaccherini.

A sua educação foi confiada ao Bispo de Kinzica. Porém Rainério, entrando na adolescência, levado por uma inclinação artística notável, preferiu estudar lira e canto. Assim, entregou-se a uma vida frívola, tornando-se um menestrel famoso, que ia de castelo em castelo cantando as suas canções, acompanhado da sua viola.

Um dia, nas suas andanças, encontrou um santo monge, Alberto, nobre da Córsega, que vestia uma túnica de pele de animal, e tinha entrado no mosteiro de São Vito, em Pisa, adquirindo fama pelo seu trabalho com os pobres. Tinha visitado os lugares santos como peregrino, e haveria morrer perto de Paris, no reinado de Luís VII.

O contacto com esse homem de Deus levou Rainério a reconsiderar a sua vida, tão falta de um objectivo sério. Pediu-lhe então que rezasse por ele, e fez uma confissão geral de toda a sua vida, chorando amargamente os seus pecados.

Foi então atingido pela cegueira e os pais, consternados, foram ter com o filho a quem faltava a luz dos olhos. Foi tal a dor que demonstraram ante essa tragédia, que o amor filial levou Rainério a pedir a Deus a sua própria cura. E obteve essa graça.

O santo desejou então ir à Terra Santa para rezar nos lugares santificados pelo Salvador do mundo. Como não tinha dinheiro suficiente para a viagem, engajou-se como remador numa galera, comendo com os galerianos, rezando com eles e divertindo-os com o seu bom humor, de modo a tornar-lhes a longa travessia mais curta. Tornou-se depois mercador e os seus negócios prosperaram, levando-o a muitos portos.

Visitando enfim a Terra Santa, Rainério esteve em todos os lugares santos da Palestina com um espírito tão sobrenatural, que o conduziu para o caminho da santidade. Mas uma coisa lhe faltava; e foi aí que ele teve uma visão pela qual entendeu que as suas riquezas o impediam de se dar inteiramente a Deus. Resolveu então distribuir os seus bens pelos pobres e, vestindo roupas miseráveis, passou a viver só de esmolas.

O santo lia os segredos dos corações, expulsava demónios, realizava curas e conversões. Diz um dos seus biógrafos que a sua austeridade era tão excessiva, que o próprio Deus teve de lhe ordenar que comesse.

Por inspiração divina, Rainério voltou então para a sua cidade natal. Esteve primeiro com os cónegos regulares, e depois no convento de São Vito, mas sempre como irmão leigo. Aí, adquiriu fama como pregador, sendo visto como santo já em vida e fazendo muitos milagres.

O santo faleceu no dia 17 de Junho de 1161, sete anos depois do seu regresso da Terra Santa. O seu corpo foi carregado em triunfo pela cidade até ao lugar do seu descanso, na Catedral de Pisa.

Rainério foi canonizado pelo Papa Alexandre III, e proclamado patrono da cidade de Pisa e dos viajantes. A catedral dessa cidade conserva as suas relíquias.


Foto: DR

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