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20/5 – São Bernardino de Sena, Confessor

Iniciador do culto ao Nome de Jesus, grande devoto da Santíssima Virgem, famoso pregador popular, São Bernardino de Sena, cuja festa comemoramos neste dia, alcançou tal santidade em vida, e a sua intercessão tantos milagres após a morte, que lhe mereceram a honra dos altares apenas 6 anos após o seu passamento.

Bernadino era filho de nobre família, das mais ilustres da República de Siena. Órfão de mãe aos 3 anos e de pai aos 6, foi criado pela tia materna, Diana, mulher virtuosa que plantou na sua alma as sementes do verdadeiro amor a Deus, à sua Mãe Santíssima e aos pobres. Aos 11 anos, foi enviado para Sena, para receber formação condizente com o seu ilustre nome junto dos tios paternos, sendo aluno dos melhores preceptores da cidade.

Após terminar o estudo da Filosofia, aplicou-se ao do Direito Civil e Canónico, e ao estudo das Sagradas Escrituras, e sentiu-se inspirado a entrar para os franciscanos observantes. E assim fez no dia da Natividade de Nossa Senhora, que era também o dia de seu 22.º aniversário. Professou no ano seguinte, na mesma solenidade, e um ano depois, também nela, celebrava a sua primeira Missa.

Foi na escola de Jesus crucificado que aprendeu a praticar, em grau heróico, as virtudes cristãs. Para isso, prosternava-se dia e noite diante de um Crucifixo. Uma vez, durante a meditação, Nosso Senhor disse-lhe: “Meu filho, estás a ver-Me pregado à Cruz; se Me amas e queres imitar-Me, prega-te também à tua cruz e segue-Me; assim estarás seguro de Me encontrar.”

Os seus superiores, vendo tanta virtude nesta candeia, não quiseram que ela permanecesse oculta, mas que brilhasse à luz do mundo. Por isso, designaram-no para a pregação. Bernardino obedeceu. Mas, como tinha uma fraca e rouca, não conseguia atingir o número de fiéis que se reuniam para ouvi-lo. Contudo, não desanimou com isso, mas recorreu à Santíssima Virgem, que imediatamente deu robustez e claridade à sua voz, e o adornou com todas as qualidades de um bom pregador. Os frutos das suas pregações eram ainda maiores porque acompanhados de milagres: restituía a saúde aos doentes, curava leprosos; e certa vez em que um barqueiro se recusou a transportá-lo para a outra margem de um largo rio porque não tinha com que pagar, estendeu na água o seu manto, sobre o qual ele e o companheiro cruzaram o rio como no mais seguro barco. Chegados à outra margem, o manto não estava sequer molhado!

Pode-se dizer que São Bernardino de Siena foi o iniciador do culto ao dulcíssimo Nome de Jesus. No final dos seus sermões, mostrava ao povo uma bandeirola na qual havia gravado em letras de ouro o monograma JHS, e convidava a todos os fiéis a prosternarem-se diante dela para venerarem o nome do Redentor do mundo.

Isso pareceu temerária inovação a alguns espíritos do mundo, e foi organizada contra ele uma campanha de difamação tão eficaz, que o Papa Martinho V o proibiu de pregar. Vendo a atitude totalmente submissa de Bernardino, o Sumo Pontífice informou-se melhor e quis que ele se defendesse. Leu com o maior gosto a sua apologia e, satisfeito com suas razões e o seu proceder, abraçou-o ternamente, exortando-o a derramar por toda parte o fruto do seu zelo.

O Imperador alemão Sigismundo tinha por ele tanta veneração, que desejou que o acompanhasse a Roma, para assistir às cerimónias da sua coroação, em 1433.

Venerado também pelos seus irmãos de hábito, em 1438 estes elegeram-no Vigário Geral de todos os conventos da observância

Nos intervalos das suas actividades apostólicas, Bernardino escrevia. Entre as suas obras, contam-se tratados sobre a religião cristã, o Evangelho eterno, a vida de Jesus Cristo e o combate espiritual, além de meditações e sermões.

Enfim, quando, pela idade e a saúde alquebrada, sentiu o peso do seu cargo, descarregou-o sobre São João de Capistrano, seu discípulo e sucessor.

Em 1444, dirigia-se a Nápoles para pregar umas missões. Chegando a Áquila, sentiu que os seus dias estavam contados e que deveria preparar-se para comparecer diante do tribunal do Supremo Juiz. Para seguir o exemplo de São Francisco, pediu aos seus confrades que o colocassem sobre a terra nua para aí expirar, o que sucedeu no dia da Ascensão à hora das Vésperas, quando cantavam no coro a antífona: “Meu Pai, dei a conhecer o vosso Nome aos homens que me destes; agora, peço por eles, e não pelo mundo, porque vou para Vós.” Tinha 64 anos.


Foto: DR

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