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2/8 – São Pedro Julião Eymard, Confessor

Criado numa família virtuosa, Pedro Julião sentiu-se atraído desde cedo para as coisas da religião. Sua mãe, que assistia à Missa diariamente, começou a levá-lo, como também às visitas diárias que fazia ao Santíssimo Sacramento.

Em La Mure, onde nascera, havia o piedoso costume de dar a bênção do Santíssimo Sacramento pelos agonizantes. Maria Madalena, sua mãe, levava o bebé à igreja, e erguia-o durante a bênção, suplicando ao Senhor que o abençoasse.

Com o falecimento da mãe, coube à irmã prosseguir a sua educação. Certo dia, quando tinha cinco anos, Pedro Julião desapareceu. Após procurá-lo em vão por toda parte, sua irmã teve a inspiração de ir à igreja. Espreitando para trás do altar, viu-o sentado na escada utilizada para colocar o Santíssimo Sacramento em exposição, com o rosto encostado ao sacrário.

O caminho da Divina Providência, que queria torná-lo apóstolo da devoção eucarística, passou por vários meandros. Pedro Julião sentia vocação religiosa e acabou por entrar para a congregação dos Oblatos de Maria Imaculada, de fundação recente. Além da educação da juventude, esta instituição também se dedicava às missões rurais, e acabava de mandar os primeiros missionários para a Oceania. Pedro Julião foi exercendo várias funções na congregação, mas, como não deixava de cuidar dos pobres e dos doentes, passou a ser conhecido por eles como o Santo.

Na sua primeira viagem a Paris, o P.e Eymard tomou contacto com a adoração perpétua, e conheceu um judeu convertido, Ermano Cohen, que iniciara a adoração nocturna dos homens. Nos meios eucarísticos, conheceu também um capitão-de-fragata, o Conde Raimundo de Cuers, que seria seu auxiliar na nova congregação dos Sacramentinos.

Um dia em que o P.e Eymard orava diante do altar de Nossa Senhora da Basílica de Fourvière, teve uma inspiração, que descreve assim: “Estava a rezar, quando se apoderou de mim um pensamento tão forte, que me absorveu a ponto de perder completamente qualquer outro sentimento: Jesus não dispunha de um corpo religioso que se dedicasse a glorificar o seu Mistério de Amor no Santíssimo Sacramento, que fizesse disso a sua finalidade e a isso dedicasse todos os seus cuidados; era necessário que tal corpo existisse”. E quem tinha a graça para o fundar era ele.

O P.e Eymard consultou o próprio Papa Pio IX sobre a possível futura congregação. Respondeu o Pontífice: “A obra vem de Deus, estamos convencidos. A Igreja necessita disto: que se sigam todos os caminhos para tornar conhecida a divina Eucaristia”.

Com o Comandante de Cuers, por esta altura ordenado sacerdote, Eymard deu início à Congregação do Santíssimo Sacramento. Ao Arcebispo de Paris, que daria autorização para a nova Congregação, explicou que “esta não é uma congregação puramente contemplativa. Nós fazemos a adoração, é certo. Mas queremos também levar outros a serem adoradores, e ocupar-nos de primeiras comunhões tardias”. A vocação do verdadeiro adorador do Santíssimo Sacramento era, segundo ele, mais ampla: “Adorar perpetuamente Nosso Senhor no seu trono de graça e de amor, agradecer-Lhe o inefável benefício da Eucaristia, tornar-se uma mesma vítima com Jesus Hóstia para reparação de tantos pecados que cobrem a Terra, exercer aos pés da Eucaristia uma missão perene de ação de graças e impetração pela Igreja, pela paz entre os príncipes cristãos, pela conversão dos pecadores, dos hereges, dos infiéis, dos judeus: eis o elemento perene da vida do religioso do Santíssimo Sacramento”.

Em 22 de Maio de 1856, festa de Corpus Christi, foi inaugurado o primeiro Cenáculo, nome que o santo daria a todas as casas do seu Instituto. Fundou também a Congregação das Servas do Santíssimo Sacramento, para adoração perpétua.

Sobre as graças próprias do fundador de uma obra, dizia aos seus sacerdotes: “Não compreendeis o favor, a graça que o Senhor vos faz, ao colocar-vos junto da própria nascente do Instituto: não me perguntais nada, não vos valeis disso. Ora, eu também sou mortal e, quando tiver desaparecido, nenhum outro terá as graças do fundador”.

São Pedro Julião Eymard faleceu no dia 1 de Agosto de 1868, aos 57 anos.


Foto: DR

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