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19/12 – Beato Urbano V, Papa e Confessor

Guilherme de Grimoard nasceu em Grisac, no Languedoc, França, em 1310, numa família de cavaleiros. Foi educado em Montpelier e Toulouse, tornando-se monge beneditino na pequena Abadia de Chirac. Proferiu os votos monásticos no Convento de São Victor, de Marselha, no qual adquiriu o seu característico amor pela Ordem de São Bento, de maneira que, mesmo depois de ser papa, continuou a usar o hábito beneditino. Mais tarde, afiliou-se ao famoso Mosteiro de Cluny.

Depois de leccionar em várias universidades, tornou-se Vigário Geral em Clermont e Uzés, Abade de Saint Germain de Auxerre, e legado pontifício na Lombardia.

Os papas residiam em Avinhão desde 1309, mas já pensavam em voltar para Roma. Santa Brígida da Suécia esforçara-se – em vão – por consegui-lo. O Abade Guilherme desenvolveu grande actividade diplomática em Itália para obter esse regresso.

Em 1362, o beato sucedeu a Inocêncio VI no trono pontifício, apesar de não ser cardeal. Isto porque, devido às invejas mútuas que havia no Sacro Colégio, os cardeais quiseram escolher alguém que não o fosse. Aliás, o abade era conhecido pela sua virtude e o seu saber, e sobretudo pela sua habilidade nos negócios práticos de governo e diplomacia. Urbano V foi um dos sete papas que, de 1309 a 1377, residiram em Avinhão.

O pontificado de Urbano V assinalou-se pelo envio de missionários para as Índias, a China e a Lituânia; pela pregação de uma nova cruzada; pelo apoio que deu aos estudos eclesiásticos; e por diversas reformas que levou a efeito na administração da Igreja. Depois de renovar a excomunhão pronunciada por Inocêncio VI contra Pedro IV, Rei de Castela, assassino de sua mulher e polígamo, autorizou Henrique de Trastâmara, seu irmão, a destroná-lo. Ao mesmo tempo, convidou Bertrão Du Guesclin e as suas “companhias brancas” a prestar-lhe auxílio, assegurando assim o êxito dessa revolução dinástica.

Em Março de 1363, o Rei de Chipre e Rei titular de Jerusalém, Pedro de Lusignan, foi a Avinhão pedir ao Papa ajuda contra os turcos. Atendendo ao pedido, na Sexta-Feira Santa desse ano, dia 31 de Março, Urbano pregou uma cruzada com esse objectivo, e deu a cruz aos reis da França, Dinamarca e Chipre. Contudo, o Rei de Chipre, que comandava a nova cruzada, apesar de ter capturado Alexandria em Outubro de 1365, foi incapaz de manter a conquista.

Em Abril de 1367, Urbano V deixou finalmente Avinhão, a caminho de Roma, aonde só chegou no dia 16 de Outubro, por causa da confusão que reinava em Itália.

O Papa fundou as universidades de Cracóvia e de Viena, e obteve do Imperador a criação da Universidade de Orange. Também ajudou outras universidades, e aprovou as ordens religiosas das brigitinas e dos jesualdos. E canonizou Santo Elzear de Sabran, que fora seu padrinho.

Diversas circunstâncias levaram este santo Papa a voltar para Avinhão, apesar de Santa Brígida lhe ter dito que, se o fizesse, morreria. A 5 de Setembro de 1370, tendo estado em Itália apenas três anos, Urbano V retornou a Avinhão; e, tal como a santa previra, no dia 24 do mesmo mês entregou a sua alma a Deus.

Muitos milagres ocorreram no seu túmulo, mas o seu culto só foi aprovado pelo Beato Papa Pio IX, em 1870.


Foto: IPCO

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