Menu Fechar

19/1 – São Canuto IV da Dinamarca, Rei e Mártir

Canuto foi o terceiro dos treze filhos naturais de Suenon II, Rei da Dinamarca, e nasceu em data incerta, em meados do século xi. Criado com sabedoria e nobreza, desde pequeno mostrou muita inclinação para a virtude, especialmente para a oração.

Nessa época, a coroa da Dinamarca era electiva, e ele foi eleito rei após a morte de seu irmão Haroldo, pelo ano 1080. Canuto casou-se com Elta, filha do Conde de Flandres, e com ela teve um filho, Carlos, o Bom, também elevado à honra dos altares.

Quando tomou as rédeas do reino, Canuto aplicou-se em dele expurgar desordens e vícios, comuns naqueles tempos ainda primitivos; dominou populações bárbaras e inquietas do norte do país, promoveu o bem-estar do povo, protegeu a Igreja e o seu clero, e fomentou a cristianização numa época em que o paganismo ainda não tinha sido de todo extinto.

São Canuto era um enérgico governante, como ficou provado pela sua firme posição com o pirata Eigil. A felicidade do seu povo e os interesses da Igreja eram os seus objectivos mais caros. A sua austeridade só tinha igual na sua assiduidade à oração.

O santo contribuiu muito para a evangelização do seu povo, ainda semi-bárbaro. O seu apostolado era sobretudo o do bom exemplo, pois acreditava que a melhor forma de educar uma nação era ser para ela um modelo. Foi pai, esposo, governador e rei, cujos poderes usou para servir a Jesus Cristo, Nosso Senhor.

Canuto foi, segundo todos os registos e sem nenhuma voz discordante, um rei que deixou em todos os seus actos a marca da justiça e da caridade, com uma política inteiramente voltada para os necessitados. Além disso, favoreceu grandemente o cristianismo, mandando construir dezenas de igrejas, conventos, escolas e hospitais.

Um dia, São Canuto recebeu um pedido dos ingleses, na sua luta contra Guilherme o Conquistador, que invadira o país. O rei reuniu as suas tropas, planeando partir para a Inglaterra em 1085, mas a iniciativa fracassou por causa da traição de seu irmão Olavo. Para saldar as grandes despesas feitas com toda esta mobilização, foi preciso impor contribuições à nobreza; ora, alguns nobres combinaram entre si nada pagar, além de recusarem os dízimos à Igreja. Por outro lado, devido à sua piedade e à orientação acentuadamente religiosa que Canuto dava ao seu governo, muitos descontentes conjuravam-se contra ele, somando-se aos nobres revoltosos.

Canuto pensou em marchar contra os rebeldes com as suas tropas. Mas, mal aconselhado e mais uma vez traído, deteve-se longamente na ilha de Funen, onde, no dia 10 de Julho de 1086, foi surpreendido pelos rebeldes. O rei estava praticamente indefeso, a rezar na igreja de Santo Albano. Vendo que estava perdido, preparou-se para a morte. Os conjurados entraram na igreja e encontraram-no ajoelhado diante do altar com os braços em cruz. Mataram-no então sem piedade, do mesmo modo que a seu irmão Benedito e a dezessete pessoas que com ele estavam. O santo tinha apenas quarenta e seis anos.

A sua morte, por ter sido ocasionada sobretudo pela defesa que fazia da Igreja e da religião, foi considerada como martírio, e registaram-se muitos milagres no seu túmulo, pelo que passou a ser venerado pelo povo.

Em 1100, os emissários do Rei Eric III entregaram o seu processo de canonização ao Papa Pascoal II. No ano seguinte, o seu culto foi autorizado, e o Rei São Canuto IV foi declarado Padroeiro da Dinamarca.


Foto: Christian Albrecht von Benzon (1816 - 1849) [Public domain], via Wikimedia Commons

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *