Santa Olímpia, que ficou viúva aos dezanove anos depois de apenas vinte meses de casada, é um exemplo da viuvez dedicada a Deus e às boas obras.
Olímpia terá nascido em Constantinopla ou, segundo outros, na Capadócia, numa família rica e ilustre. Tendo ficado órfã muito cedo, foi educada por Teodósia, irmã do Bispo D. Anfíloco, que mereceu a honra dos altares, tendo assim recebido esmerada educação cristã.
Aos dezoito anos, casou-se com Nebrídio, prefeito de Constantinopla, mas perdeu-o, como foi dito, apenas vinte meses após o casamento. O Imperador Teodósio propôs-lhe outro casamento, mas ela decidiu consagrar-se inteiramente a Deus, recebendo o véu religioso.
Com as suas imensas riquezas, esta santa fundou um hospital e um orfanato, que era atendido por uma comunidade de virgens consagradas. Quando São João Crisóstomo foi eleito Patriarca de Constantinopla, tomou-o por seu pai espiritual.
Ora, a Imperatriz Eudóxia, que se convertera ao arianismo, destituiu o santo do patriarcado, colocando em seu lugar um intruso. Olímpia saiu em sua defesa, negando-se a reconhecer o intruso, pelo que se tornou também alvo da perseguição: Eudóxia dispersou-lhe a comunidade, acusou-a de ter querido incendiar a catedral de Constantinopla, e tornou-lhe impossível a permanência nessa cidade.
São João Crisóstomo, no seu exílio, apoiava-a com os seus conselhos. Chegaram até nós dezassete cartas suas dirigidas a Santa Olímpia, que demonstram o heroísmo do santo, e o seu afecto paterno. O “Boca de Ouro” dá-lhe notícias suas, preocupa-se com sua saúde, agradece-lhe serviços que ela lhe presta, e pede-lhe outros; felicita-a por ser prudente e paciente, e por amar os que a perseguem; e repete-lhe que o melhor modo de mostrar amor a Nosso Senhor Jesus Cristo está em sofrer, imitando-O.
Olímpia sobreviveu apenas alguns meses ao seu pai espiritual. Morreu ainda jovem, pelo ano 408, exilada na Bitínia (Turquia), vítima de sua fidelidade e dedicação.