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8/7 – Santo Eugénio III, Papa e Confessor

Este santo viveu em tempos muito conturbados da Igreja. Nasceu em Pisa e recebeu no baptismo o nome de Pedro Bernardo. Ainda jovem, consagrou-se ao serviço da Igreja, sendo cónego na catedral da sua cidade natal.

Naquela época, São Bernardo, Abade de Claraval, brilhava como luzeiro de ciência e santidade. Estando ele em Pisa, foi procurado por Pedro Bernardo, que depois o acompanhou a França, na qualidade de noviço. Aos poucos, o clarividente São Bernardo viu o grande valor do seu discípulo e começou a empregá-lo em negócios importantes para a Ordem. Assim, enviou-o com alguns monges para repovoar a antiga Abadia de Farfa. Mas o Papa Inocente II transferiu-o em seguida para a abadia romana dos Santos Vicente e Anastácio, em Tre Fontane.

Quando o Papa Lúcio II faleceu, o Sacro Colégio – prevendo que a ruidosa população romana tentaria obrigar o novo Pontífice a abdicar do seu poder temporal e a jurar fidelidade ao Senatus Populusque Romanus – retirou-se para o remoto claustro de São Cesário, na Via Ápia. E, após procurar diligentemente um candidato fora do seu corpo para ocupar o sólio pontifício, escolheu por unanimidade o monge cisterciense e abade de Tre Fontane, que foi entronizado com o nome de Eugénio III.

Como o novo Papa não podia receber a sagração episcopal em Roma, por receio de manifestações contrárias, recebeu-a no mosteiro de Farga. Em Viterbo, embaixadas de todas as potências europeias asseguraram-lhe que possuía a simpatia e a afectuosa homenagem de todo o mundo cristão.

Agindo com habilidade e paciência, o Papa Eugénio conseguiu contornar pacificamente a situação. Alguns meses depois, entrou na Cidade Eterna, onde foi acolhido triunfalmente pelo povo.

Nos oito anos do seu pontificado (1145-1153), o Papa Eugénio teve várias vezes de deixar a sua sede por causa das turbulências e rebeliões do povo. Aproveitava estas ausências de Roma para visitar pastoralmente igrejas de Itália e de França, bem como para reunir sínodos de bispos, a fim de incentivar a reforma dos costumes e a evangelização do povo. O seu santo mestre Bernardo animava-o nas múltiplas contrariedades e provações.

Sobre ele escreveu o venerável Pedro de Cluny a São Bernardo: “Nunca encontrei amigo mais verdadeiro, irmão mais sincero, pai mais puro. O seu ouvido está sempre pronto para ouvir, a sua língua é ágil e poderosa para aconselhar. Não se comporta como superior, mas como igual ou inferior […]. Nunca lhe fiz um pedido que não mo tenha concedido”.

Do Papa Eugénio diz-se que a sua afabilidade e sua generosidade lhe granjearam o carinho do povo. Morreu em Tivoli, para onde se retirara para evitar o calor do Verão. Foi enterrado em frente ao altar-mor da Basílica de São Pedro, em Roma.


Foto: DR

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