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7/5 – Santa Flávia Domitila, Virgem e Mártir

O Martirológio Romano fala no dia de hoje de Flávia Domitila, conhecida como “a Jovem”, para se distinguir de outras com o mesmo nome: “Em Terracina, na Campânia, o natalício [para o Céu] da bem-aventurada Flávia Domitila, virgem e mártir, filha de Santa Plautila e irmã de São Flávio Clemente, cônsul e mártir. Recebeu o santo véu de virgem consagrada a Deus das mãos do Papa São Clemente. Na perseguição de Domiciano, foi exilada para a ilha de Ponza, onde padeceu longo martírio para dar testemunho de Cristo.

 “Finalmente, foi levada para Terracina, onde converteu muitos à fé de Cristo com a sua doutrina e os seus milagres. Por esse motivo, um juiz mandou incendiar o quarto onde morava com as virgens Eufrosina e Teodora, suas companheiras. Assim terminou o curso do seu glorioso martírio.”

Segundo a tradição, a Flávia Domitila de que fala o Martirológio pertencia à família imperial, sendo neta de Pompónia Grecina e filha de Santa Plautila.

Entre os seus servos estavam dois irmãos, Nereu e Aquiles, que eram cristãos e cuja piedade fez com que ganhassem a estima da sua jovem senhora, que, apesar de pagã, tinha boas disposições para com os pobres e necessitados. Não sabemos como conciliar o facto de mãe de Santa Domitila ser santa com a circunstância de a filha ser pagã.

Como quer que seja, narra ainda a tradição que, um dia em que Domitila se preparava esmeradamente para se encontrar com o seu noivo, o nobre Aureliano, os dois irmãos Nereu e Aquiles, cheios de zelo pela glória de Deus, lhe representaram respeitosamente como era indigno a uma alma imortal procurar agradar a um mortal, sem pensar na vida futura. Os dois santos apresentaram-lhe com tanta unção e beleza a virgindade consagrada a Jesus Cristo, que a princesa, iluminada pela graça, lhes pediu que lhe pregassem essa religião tão elevada.

Convertendo-se seriamente, Domitila recebeu o baptismo e o véu de virgem consagrada das mãos do Papa São Clemente.

Quando Aureliano soube do ocorrido, enfureceu-se e, após ter tentado, por súplicas e promessas, que Domitila voltasse atrás, resolveu mandar prender, sob a acusação de cristãos, todos os que tinham influenciado a jovem e participado na sua conversão.

Desse modo foram encarcerados os santos Nereu e Aquiles, de quem fala o Martirológio Romano, também neste dia: “Em Roma, na Via Ardeatina, os santos irmãos mártires Nereu e Aquiles, que, por amor de Cristo, passaram longo degredo na ilha de Ponza, com Flávia Domitila, de quem eram servos. Sofreram duríssimos açoites e, submetedo-os ao suplício do cavalete e da fogueira, quis o consular Minúcio Rufo obrigá-los a sacrificar aos deuses pagãos. Eles, porém, responderam que de modo algum poderiam imolar aos ídolos, pois haviam recebido o baptismo das mãos do bem-aventurado Pedro. Por esse motivo, foram degolados.”

Devido ao seu nome ilustre, à sua bondade e à sua beleza, Santa Flávia Domitila não foi martirizada por ser cristã, mas foi exilada, como diz o Martirológio, com os dois confessores da fé, para a ilha de Ponza, perto de Terracina.

Aureliano, ainda com esperanças de a fazer voltar atrás na sua resolução, conseguiu que o Imperador a autorizasse a regressar do exílio, e que ela ficasse em prisão domiciliária. E contratou, para lhe fazer companhia, duas jovens donzelas, Eufrosina e Teodora, ambas pagãs, que deveriam tentar fazê-la retornar ao culto dos ídolos. Em vão, pois foi Flávia Domitila que as converteu com a sua sabedoria e o seu ardor. Consta que teve influência nisso o facto de ter obtido a cura milagrosa da serva de uma delas, muda de nascença. Acrescenta a tradição, diz o Martirológio, que estas duas também acabaram por consagrar a sua virgindade a Deus.

Quando Aureliano soube do ocorrido, desesperado, para se vingar, conseguiu que o cônsul Rufo mandasse incendiar a casa onde moravam as três virgens, para as queimar vivas. E assim aconteceu.

Ainda segundo a tradição, quando o diácono São Cesário foi recolher as cinzas das mártires, encontrou-as prosternadas com a face por terra, como se estivessem em oração. E assim entregaram as suas belas almas a Deus.


Foto: Cristoforo Roncalli [Public domain]

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