A acção do homem, quando este está em seu perfeito juízo, tende a exteriorizar o que o mesmo carrega em seu pensamento, assim, o ser humano tende a agir de acordo com seus gostos e aptidões, mas é esta acção que será boa, má ou indiferente com relação à sociedade, a qual é composta por homens.
Diz-nos o Evangelho de São Marcos, em seu capítulo VII, após Nosso Senhor denunciar a hipocrisia da fé de aparências, instituída pelos fariseus : “O que sai do homem é que o torna impuro. Pois do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos esses males vêm de dentro e tornam o homem impuro”.
Portanto, sem uma reforma no seu interior, nada de bom poderá surgir no homem e, em consequência, na sociedade. Mas como podemos nos reformar a nós mesmos ? A primeira e mais sintética resposta é : sós nada podemos, mas com a Graça de Deus podemos tudo fazer.
O homem deteriorado após o pecado original tem muito de se esforçar para chegar ao cumprimento de verdades básicas, expostas pelo Direito Natural e, mesmo assim, o faz de maneira muito dificultosa e, quase sempre incompleta. Por isso a necessidade da Revelação, verdadeira Graça que Deus concedeu aos homens para que mais facilmente encontrassem o caminho da Verdade, Verdade esta que é Cristo e é encontrada por aqueles que a buscam, por isso disse Nosso Senhor : “Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.”- João 18, 37.
Deus nos pede um espírito aberto à sua Graça e o reconhecimento de nosso pequenês e imperfeição diante dele, nosso Pai e Criador. Por meio da encarnação e morte de Seu Filho, abriu-nos as portas do Céu e facilitou-nos por meio dos Sacramentos, mormente a confissão e a sagrada eucaristia, o nosso próprio aperfeiçoamento moral, o qual traz-nos o verdadeiro desenvolvimento material e a possibilidade de nos reformarmos cada vez mais.
Por Heitor Buchaul