Sobre o nascimento da gloriosíssima Mãe de Deus, Maria, Senhora nossa, a Santa Igreja tem, numa antífona, estas palavras: “A vossa natividade, ó Virgem e Mãe de Deus, trouxe gozo e alegria ao mundo inteiro. Porque de vós nasceu o Sol de Justiça, Cristo nosso Deus, o qual, desfazendo a maldição (à qual estávamos submetidos), lançou a sua copiosa bênção sobre nós e, vencendo e matando a morte, nos deu a vida sempiterna e perdurável”. Com efeito, “festejando solenemente o nascimento da Virgem Maria, a Igreja canta a aurora da Redenção, a aparição no mundo daquela que viria a ser a Mãe do Salvador”.
“Recordando tudo o que este nascimento anunciava, a Igreja exulta e pede a Deus um aumento das graças de paz trazidas aos homens pelo mistério da Encarnação” (Missal Romano Quotidiano, D. Gaspar Lefebvre).
Esta festa, muito antiga no Oriente, parece ter sido introduzida no Ocidente no fim do século vii pelo Papa Sérgio I, que fixou o dia 8 de Setembro para a sua celebração.
O documento mais antigo que a comemora vem do século vi. São Romano, o grande lirista eclesiástico da Igreja Grega, compôs para ela um hino que é um esboço poético do evangelho apócrifo de São Tiago. Como São Romano, nativo de Emesa, na Síria, compôs os seus hinos entre 536 e 556, podemos supor que a festa tenha tido origem algures na Síria ou na Palestina, no início do século vi, quando, após o Concílio de Éfeso, o culto da Mãe de Deus foi intensificado.