Antonio nasceu no dia 12 de Abril em Carro, La Spezia, Arquidiocese de Génova, numa família de agricultores pobres formada por Santiago Gianelli e Maria Tosso, que tiveram seis filhos. O menino recebeu o baptismo no dia 19 do mesmo mês.
Não tendo meios financeiros para frequentar a escola, o pároco local, D. Antonio Arbaseto, ensinou-lhe as primeiras letras e preparou-o para a Primeira Comunhão, que ele fez em 1801. Antonio continuou os seus estudos durante oito anos com Francisco Ricci, preboste de Castello.
Entretanto, como os pais não tinham recursos para que pudesse continuar a estudar, Nicoletta Assereto, proprietária das terras que cultivavam, assumiu em 1807 os gastos do jovem, e assim ele pôde frequentar a escola do seminário de Génova, onde ingressou depois como aluno externo, recebendo a ordenação sacerdotal em 23 de Maio de 1812.
No ano seguinte, foi nomeado vigário da igreja de São Mateus, ainda em Génova, e inscreveu-se na Congregação das Missões Suburbanas, participando cada vez mais em missões populares.
Quando o bispo D. Lambruschini tomou posse da diocese em 1820, o santo organizou, para o receber, um recital intitulado “A reforma do seminário”, no qual defendia a sua posição para a formação dos futuros sacerdotes. As medidas que propôs tiveram notável repercussão e imediato sucesso.
Em 1827, o santo criou uma pequena congregação missionária para sacerdotes, destinada a aprimorar o apostolado da pregação ao povo e a organização do clero, a qual colocou sob a protecção de Santo Afonso Maria de Ligório.
Também criou um Conservatório com um grupo de mulheres piedosas que trabalhavam em diversas obras de caridade, sobretudo no hospital, e desse grupo resultou, em 1829, o núcleo inicial do Instituto das Filhas de Maria Santíssima do Horto, voltado para a educação gratuita de meninas pobres, assim designado por causa da sua proximidade do Santuário de Nossa Senhora do Horto, venerada em Chiávari.
A fama deste grande batalhador chegou evidentemente ao Vaticano, de que resultou a sua nomeação para Bispo de Bobbio em 1838. Foi sagrado na catedral de Génova e tomou posse de sua diocese no dia 9 de Julho, nela imprimindo sempre um invejável espírito de renovação religiosa e permanecendo até ao fim de sua vida.
Ajudado pelos ligorianos, congregação por ele reconstituída com o nome de Oblatos de Santo Afonso, reorganizou o tecido eclesiástico da sua diocese, afastando os párocos pouco zelosos e expulsando os indignos.
D. Antonio Maria Gianelli retomou as visitas pastorais, suspensas há 19 anos, convocou dois sínodos diocesanos e reorganizou o seminário.
Extenuado pelos trabalhos e austeridades, o santo bispo entregou a sua alma a Deus em Piacenza, no dia 7 de Junho de 1846, aos 57 anos, sendo enterrado na sua cidade episcopal.
Antonio Maria Gianelli foi beatificado por Pio XI, em 1925, e canonizado por Pio XII, em 1951.
