Esta santa nasceu de pais cristãos em Tagaste, no Norte da África, em 333. Pouco sabemos sobre a sua infância. Casou-se cedo, com Patrício, que ocupava um cargo oficial naquela cidade. Ele era pagão, de temperamento violento e, ao que parece, hábitos dissolutos.
Mónica teve três filhos: Agostinho, Navígio e Perpétua. Não tendo conseguido assegurar o baptismo dos filhos, foi grande a sua dor quando Agostinho adoeceu. Na sua aflição, pediu a Patrício que permitisse que ele fosse baptizado; o pai concordou mas, como o menino recuperasse, retirou o consentimento.
Mónica teve uma grande consolação quando o marido se tornou cristão. Entretanto, Agostinho fora enviado para Cartago, para continuar os seus estudos, e aí caiu em pecado grave, vivendo pecaminosamente com uma jovem. Patrício morreu pouco depois da sua recepção na Igreja, e Mónica resolveu não voltar a casar-se.
Em Cartago, Agostinho tinha-se tornado maniqueísta e, quando ia a casa, ventilava certas proposições heréticas, que o afastavam de sua mãe. Foi nessa época que Mónica foi falar com certo bispo santo, cujo nome não nos chegou, que a consolou dizendo: “O filho dessas lágrimas não perecerá”.
Não há história mais poética nos anais dos santos do que a de Mónica. Agostinho foi para Roma, onde adoeceu gravemente, longe dela. Diz ele: “Não conhecia minha mãe o meu perigo. Mas, ausente, orava por mim. E Vós, em toda parte presente, onde ela orava, a ouvíeis, e onde eu estava, Vos apiedáveis de mim para que recuperasse a saúde do corpo, embora o coração continuasse a delirar com erro sacrílego”.
Quando Mónica chegou à Cidade Eterna, Agostinho já tinha partido para Milão. Aí, conheceu Santo Ambrósio, através do qual a mãe teve finalmente a alegria de ver Agostinho render-se, após 17 anos de resistência. Mãe e filho passaram 6 meses de verdadeira paz em Cassiacum, após o que Agostinho foi baptizado na igreja de São João Baptista, em Milão.
Mas África reivindicava-os, e eles partiram para a sua jornada, parando em Cività Vecchia, em Óstia. Foi aí que a morte atingiu Mónica, e as páginas finais das Confissões foram escritas como resultado da emoção que Agostinho experimentou. Diz ele: “No nono dia da sua doença, aos 56 anos da sua idade e 33 da minha, aquela alma piedosa e religiosa foi desatada do corpo. Quando lhe fechava os olhos, afluiu ao meu coração imensa tristeza, que se transformou em lágrimas. […] E agora, Senhor, eu vo-Lo confesso neste escrito, leia-o quem quiser, e interprete-o como queira. E se achar pecado chorar eu, por uma exígua parte de uma hora, a minha mãe que por tantos anos chorou por mim diante de Vós, não se ria; antes, se tem grande caridade, chore também pelos meus pecados diante de Vós, Pai de todos os irmãos do Vosso Cristo”.