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23/7 – Santa Brígida, Viúva

Aparentada com os reis da Suécia, Brígida era filha de Birger Persson, governador e juiz provincial de Uppland, e de Ingeborg Bengtsdotter, também descendente de reis. Um dos proprietários mais ricos do país, o seu progenitor distinguia-se, tal como sua mãe, por uma profunda piedade. Santa Ingrid, que morreu cerca de 20 anos antes do nascimento de Brígida, era parente próxima da família.

Em 1315, com o falecimento da mãe, o lugar materno é ocupado por uma tia, que teve uma grande influência em Brígida: foi a essa tia que ficou a dever a inabalável força de vontade que tanto a caracterizou.

Em 1316, aos 13 anos, Brígida casou-se com Ulf Gudmarsson, Príncipe da Nerícia, que tinha 18 anos. Adquiriu grande influência sobre o seu nobre e piedoso marido, sendo o feliz casamento abençoado com 8 filhos, entre eles Santa Catarina da Suécia.

Os dois esposos aplicaram-se à vida de piedade e à caridade, preocupados com a própria santificação e com as responsabilidades consequentes da sua nobreza e abundância de bens temporais. Fundaram um hospital e cuidavam pessoalmente dos doentes.

A vida santa e a grande caridade de Brígida fizeram com que o seu nome se tornasse conhecido em toda parte. Mais tarde, a santa foi para a Corte do Rei Magnus Eriksson, adquirindo gradualmente grande influência sobre ele. No entanto, como a Corte não era o que havia de mais benéfico para a vida de perfeição almejada pelos dois esposos, Ulf renunciou ao cargo de conselheiro real e à sua influência sobre o monarca.

Entre 1341 e 1343, Brígida fez com o esposo uma peregrinação a Santiago de Compostela. Na viagem de regresso, em Arras, ele adoeceu, vindo a falecer em 1344, no convento cisterciense de Alvastra, na Suécia.

Brígida passou a viver com grande ascetismo, dedicada inteiramente à prática da religião e a empreendimentos religiosos. Após fazer uma equitativa partilha dos seus bens pelos filhos, vestiu-se toscamente e nunca mais voltou a usar tecidos de linho, a não ser o véu que lhe cobria a cabeça. Meditava quase sempre na Paixão e Morte do Divino Salvador, que lhe aparecia e diversas vezes lhe falou. Brígida rememorava todas essas revelações e, por ordem dos confessores, deixou-as relatadas por escrito. Traduzidas para o latim, tiveram grande reputação durante a Idade Média.

Em 1346, Santa Brígida fundou uma congregação religiosa, conhecida como Brigitinas ou Ordem de São Salvador, cuja Casa-mãe, em Vadstena, foi ricamente dotada pelo Rei Magnus e pela Rainha. Para obter a confirmação do seu instituto e, ao mesmo tempo, buscar uma esfera maior de actividade para a sua missão, em 1349 foi para Roma com sua filha Catarina, aí permanecendo até à sua morte, excepto quando se ausentava em peregrinações. Em Agosto de 1370, o Papa Urbano V confirmou a Regra da sua congregação.

Em 1372, acompanhada de sua filha Catarina e dos dois filhos, os cavaleiros Carlos e Birger, bem como de uma escolta armada, fez uma peregrinação à Terra Santa, sobre a qual afirmou terem sido os mais belos meses da sua vida. Voltou a Roma, de onde encetou outra peregrinação, esta definitiva e ainda mais bela, à Pátria celeste, a 23 de Julho de 1373.

No ano seguinte à sua morte, sua filha Santa Catarina levou os seus restos mortais para o mosteiro de Vadstena, na Suécia, e deu início aos trabalhos com vista à sua canonização, realizada pelo Papa Bonifácio IX no dia 7 de Outubro de 1391.


Foto: DR

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