Foi admirável pelas suas mortificações e penitências. Reformador dos franciscanos de Espanha, auxiliou e incentivou Santa Teresa na reforma do Carmelo.
Pedro Gavarito nasceu em Alcântara, Espanha, em 1499, ano da publicação da bula sobre as indulgências, que seria usada por Lutero como pretexto para a sua rebelião contra Roma. De família nobre, seu pai era legista e prefeito da cidade. Pedro estudou Filosofia na Universidade de Salamanca. Apesar de estar na primeira adolescência, já levava uma vida de asceta, dedicando a maior parte do seu tempo livre à oração, a visitas aos doentes e encarcerados, socorrendo os pobres com as suas esmolas. Aos 15 anos, já era uma espécie de director espiritual de um grupo de condiscípulos.
O ano de 1515, que assistiu à primeira revolta de Lutero contra a Igreja e ao nascimento de Santa Teresa, viu também a entrada de Pedro, aos 16 anos, num convento franciscano observante. Nele recebeu ordens de pregar, e todos se admiravam com a profundidade da sua doutrina, o calor da sua palavra e a sua eloquência máscula e robusta, toda embebida da Sagrada Escritura, unindo estranhamente as graças das bem-aventuranças com as chicotadas de João Baptista.
O pior para Frei Pedro era que Deus Se comprazia em mostrar publicamente as graças que lhe concedia: às vezes, era arrebatado em êxtase em plena rua, quando pedia esmola para o convento; ou na igreja, em frente de todos os seus confrades e dos fiéis. Para ele, isto era o maior tormento. Mas, se Frei Pedro fugia da fama, a fama perseguia-o. O seu renome chegou a Portugal, e D. João III pediu-o como confessor. A obediência obrigou-o a aceitar e Pedro transformou a corte lusa num modelo de virtude. Ademais, foi incontável o número de fidalgos de ambos os sexos que tudo abandonaram para viver na mais extrema pobreza
No ano de 1538, o capítulo dos observantes descalços – que seguiam a regra primitiva – elegeu Frei Pedro de Alcântara como Provincial. Aproveitou ele para a reforma desse ramo franciscano, dando maior severidade às regras e introduzindo novos exercícios, dando maior facilidade àqueles que desejavam entregar-se ao recolhimento e à contemplação. Daí o nome que receberam: franciscanos recolectos. Em breve a sua reforma se difundiria pela Europa, estendendo-se aos confins da Índia e do Japão.
Frei Pedro de Alcântara, tendo de ir a Ávila, encontrou-se com Santa Teresa, que sofria muito às mãos de confessores de espírito acanhado. Nas primeiras palavras trocadas com a carmelita, não só confirmou a origem divina das suas aparições, como a incentivou a soltar velas à acção do Divino Espírito Santo.
Uma afirmação que é um incentivo para sermos mais devotos desse grande santo: “Disse-me o Senhor uma vez que não Lhe pediriam coisas em seu nome que Ele não atendesse. Muitas que eu lhe tenho encomendado que peça [por mim] ao Senhor, as vi atendidas”, diz a grande Santa Teresa de Jesus.