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9/5 – São Pacómio Eremita, Confessor

São Pacómio nasceu no Egipto, no ano de 292, filho de pais pagãos cheios de superstições e idolatria, e desde a sua infância mostrou grande aversão a tudo isso. Tornando-se eremita, reparte com Santo Antão a honra de ter instituído a vida cenobitica – vida religiosa em comum, não anacorética – e é o primeiro a fixar por escrito as suas regras.

Ao sair da adolescência, Pacómio foi alistado à força nos exércitos de Maximino Daia (308-313). Feito prisioneiro em Tebas, era confortado pelos cristãos locais, que desconhecia, sendo por eles alimentado em segredo. Tocado por essa dedicação a um estranho, sem nenhum fim de lucro, Pacómio perguntou a um deles quem os mandava fazer o que faziam. Responderam-lhe que era o Deus que está nos Céus. Nessa noite, Pacómio rezou com os cristãos a esse Deus, sentindo-se levado a seguir a sua doutrina. Quando foi libertado, voltou ao Egipto, onde se instruiu na religião cristã e recebeu o baptismo.

Tendo sido informado de que um ancião chamado Palémon servia a Deus no deserto, foi à sua procura, e colocou-se sob sua direcção. À época, era frequente os eremitas retirarem-se para lugares remotos durante algum tempo, voltando depois à sua antiga morada. Com Pacómio foi diferente, pois ele teve uma visão na qual lhe foi ordenado que ficasse onde estava, e que aí erguesse um mosteiro, pois “muitos, ansiosos por abraçar a vida monástica, virão para cá”, disse-lhe a visão: era a missão de substituir a vida eremítica pela cenobítica.

Os candidatos começaram a aparecer, primeiro o seu irmão mais velho, depois outros, empenhados em seguir a vida eremítica com pequenas alterações, como as refeições em comum, sugeridas por Pacómio. Com esses primeiros eremitas, Pacómio agiu com muita sabedoria, procurando que os cuidados da vida cenobítica não lhes fossem impostos de forma muito abrupta; para tal, encarregou-se dessa parte, permitindo aos companheiros que dedicassem todo o seu tempo aos exercícios espirituais.

Pacómio desejava que os seus monges imitassem a austeridade dos eremitas. Elaborou uma regra que facilitava as coisas aos menos proficientes, mas não chegava ao mais extremo ascetismo dos mais proficientes.

Pode-se dizer que, com Pacómio, nasceu no Egipto a vida monástica ou cenobítica, não sendo ele um mero chefe carismático que agrega eremitas reunidos em pequenos grupos em torno de si, mas o fundador de uma comunidade de religiosos, com regras precisas de vida em comum na oração, na contemplação e no trabalho.

São Pacómio, que foi agraciado por Deus com o dom da profecia e dos milagres, morreu no ano de 347, vítima de uma peste que assolou o Egipto nessa época. No século xii, ainda havia cerca de 500 monges da Ordem de São Pacómio.


Foto: IPCO

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