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14/8 – São Maximiliano Maria Kolbe, Mártir da Caridade

São Maximiliano Kolbe nasceu no dia 8 de Janeiro de 1894, em Zdunska Wola (Polónia). Os seus pais, Júlio e Mariana Dabrowska, eram artesãos pobres, mas lídimos cristãos, devotíssimos da Virgem Maria. No baptismo, recebeu o nome de Raimundo. Teve quatro irmãos, dois falecidos muito novos.

Em 1907, ele e o irmão mais velho, Francisco, ingressaram no Seminário menor dos Franciscanos, em Lwow, onde ele recebeu o nome de Maximiliano. Foi depois enviado para o Colégio Seráfico Internacional, em Roma, tendo cursado Filosofia na Universidade Gregoriana. Ao emitir os votos perpétuos, em 1914, Maximiliano acrescentou Maria ao seu nome.

No ano de 1917, a maçonaria mundial comemorava, principalmente em Roma, o segundo centenário da sua fundação. Grupos de carbonários exaltados desfilaram pelas ruas da Cidade Eterna empunhando bandeiras negras com a figura de satanás em atitude de esmagar São Miguel Arcanjo. Isto provocou a mais profunda indignação em Frei Maximiliano, ainda seminarista, que em contrapartida decidiu fundar, com seis dos seus condiscípulos, a associação Milícia da Imaculada, com o fim de “converter pecadores, hereges e cismáticos, particularmente franco-maçons, e trazer todos os homens ao amor de Maria Imaculada”.

Em Abril de 1918, Maximiliano foi ordenado, e no ano seguinte, com a bênção de Bento XV para a Milícia da Imaculada, voltou para a Polónia.

Em Cracóvia, leccionou História Eclesiástica no Seminário maior dos Franciscanos. Em Janeiro de 1922, começou a publicar o mensário Cavaleiro da Imaculada; o seu objectivo era “iluminar a verdade e mostrar o verdadeiro caminho para a felicidade”.

Nesse mesmo ano, transferiu-se para Grodno, onde recebeu candidatos a irmãos leigos dispostos a dedicarem-se à boa imprensa.

Em 1927, o Príncipe João Drucko-Lubecki cedeu-lhe um terreno próximo de Varsóvia, onde os frades começaram a construir a que seria a Cidade da Imaculada. Frei Maximiliano levou avante esta obra gigantesca sem dinheiro, confiando somente em Nossa Senhora: “Dinheiro? Virá de um modo ou de outro. Maria proverá. Este é um negócio dela e de seu Filho”. E não foi decepcionado. Nas novas instalações, a tiragem do Cavaleiro da Imaculada passaria de 5000 exemplares mensais para uns impressionantes 750.000. Em 1935, iniciou também a publicação de um diário católico, O Pequeno Diário, com uma tiragem de 137.000 exemplares, ampliada para 225.000 aos domingos e feriados. No dia 8 de Dezembro de 1938, instalou na Cidade da Imaculada uma estação de rádio.

Em 1939, a referida Cidade contaria com 762 habitantes, sendo 13 sacerdotes, 18 noviços, 527 irmãos leigos, 122 rapazes do seminário menor, e 82 candidatos ao sacerdócio. Entre os seus habitantes, havia médicos, dentistas, agricultores, mecânicos, alfaiates, construtores, impressores, jardineiros, cozinheiros e até um corpo de bombeiros. A instituição era, pois, inteiramente auto-suficiente.

As suas actividades em prol da religião provocaram a sua prisão em Fevereiro de 1941, sendo enviado para o cárcere de Pawiak, em Varsóvia, onde sofreu inúmeras injúrias. Em Maio desse ano, Frei Maximiliano foi deportado para o campo de concentração de Óswiecim, cujo comandante, Fritsch, saudou sarcasticamente os recém-chegados dizendo-lhes: “Aviso-vos de que não viestes para um sanatório, mas para um campo de concentração alemão, do qual a única saída é o forno crematório”.

Frei Maximiliano aproveitava todas as oportunidades para dar assistência religiosa aos seus compatriotas, a quem dizia: “Tende confiança na Imaculada. Ela vos há-de ajudar a perseverar”.

Em fins de Julho de 1941, fugiu um prisioneiro do bloco onde estava Frei Maximiliano. Em punição, o comandante Fritzsch condenou à morte 10 prisioneiros. Um deles, Francisco Gajowniczek, desesperado, começou a chorar: “Oh, minha pobre mulher, meus pobres filhos, não os verei mais”. Frei Maximiliano saiu da formação e dirigiu-se ao comandante do campo, pedindo para substituir o prisioneiro indicado. O director do campo ficou assombrado. A razão dada pelo santo foi que não tinha família, ao contrário daquele que fora indicado para morrer. Mas essa razão não era a única, nem talvez a principal, a levá-lo a esse acto heroico de caridade: queria assistir na terrível morte os outros 9 prisioneiros – como de facto aconteceu.

São Maximiliano caminhou para o bunker da fome entoando a sua prece preferida: “Permiti que eu vos louve, ó Virgem Sagrada. […] Permiti que para vós e só para vós eu viva, trabalhe, sofra, me sacrifique e morra. Permiti que contribua, cada vez mais, e ainda muito mais, para a vossa exaltação”.

Quinze dias após o seu internamento naquele bunker de horror, sem água nem alimentos, Frei Kolbe ainda estava vivo. Foi-lhe então aplicada na veia uma injecção de ácido carbólico, que o matou.

Depois da guerra, jornais de todo o mundo trouxeram artigos sobre o “santo de nossos tempos”, o “gigante da santidade”. Foram escritas biografias, e por toda parte houve testemunhos de curas obtidas por sua intercessão – o que levou à sua beatificação, em 1971, e subsequente canonização, em 1982.

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